Bailando incessantemente no meio fio
Foi quando minha dança sofreu um espasmo
Rodopiei e trancei meus pés
Enquanto olhos me contemplavam
A queda mostrou-se vertiginosa
Um vôo que não parecia ter fim
E a cada quadro que eu borrava
Sentia a vida fluindo em mim
Semblantes fitavam-me horrorizados
Outros, os ombros mostravam
Alguns fingiam interesse frio
Poucos escutavam os acordes escassos
A cada milésimo escorregadio
Entre meus dedos flutuava a parafina
Mas o chão, minha linha de chegada,
Parecia mais distante da minha finda sina
Minha fantasia desfazia-se
A cada simetria perdida
Esquecida do esmero que aprouve
Deixando de lado aquilo que não soube
Um estado perfeito atemporal
Onde o perder-me pareceu natural
Uma vírgula depois de uma longa frase
Meu sonho, esvaindo-se, num som gutural
Já não sou mais a menina
Nem a borboleta, nem a cantiga
E por mais que o figurino não mais sirva
A vermelha sapatilha ainda é a da bailarina
tropeçando sozinha bailarina escarlate???
ResponderExcluirAdorei querida... adoro as coisas q vc escreve...
beijos