quinta-feira, 28 de maio de 2009

Tem dia que cheira a passado.
O ar quente infla os pulmões
E evapora pensamentos antigos,
Explodindo sentimentos vividos.

Tudo me faz voltar no tempo,
Realizar os mesmos trajetos,
Bocejar o mesmo sono,
Ignorar o mesmo vento.

Imagens borradas aparecem
Rostos apagados fulguram,
Estranhos que me cumprimentam
Sorrisos que flutuam.

Olhos em câmera lenta,
Gesto que me afugenta.
Desejo que não se acalenta e
Saudade que me tenta.
Hoje


Falta ar,
Falta paz,
Falta sossego.
Falta você inteiro,
Sem medo, sem fotos,
Nem modos,
Nem tempo certo para o encontro derradeiro.

Sem dia marcado,
Nem marca passo.
Um compasso certeiro,
Rápido, traçado.

Você virá,
Já vi tudinho.
Vi teus braços enlaçando meus sonhos,
Vi teus olhos, brandos, mudinhos.

E o céu laranja,
Lençol do Sol.
Numa sexta dentro da cesta
"Penso qual silêncio te perturba,
Qual braço que te cabe,
Qual boca te passeia.
Não sou eu,
Não é a minha..."