domingo, 11 de julho de 2010

No dia em que o juízo se fez faltoso
Uma brisa morna vasculhou o céu
Levantou aromas ainda risonhos
Despertando potestades ao toque do bedel

Quedou-se o mar de súbito
Enquanto os olhos teciam o efeito
Balbuciando o inicio de um texto
Que no silêncio, desabou sem ter jeito

Estouvada, como se por ópio fosse confundida
Esbarrei no abraço encontrando teu braço
Desfazendo-me sem receio ao pé do teu peito
Escorreguei no beijo, entregando-me ao leito.

Nesta lacônica e confusa situação
O ápice da obra destacou-se em prontidão
No proscénio, cercado de alma e de desejo
Sossegou o eleito com ébria satisfação