Quando um coração pulsa, uma alma se doa
Quando um olho aponta, uma boca abençoa
Se um pé toca, dedos ascendem
Num instante de corpos tudo se promete e mente.
É como o enlace mortal da adaga contra o peito.
O sangue jorrando completando a intenção:
Vida e morte sobre o leito.
Nascemos e morremos a todos os instantes.
Amamos e choramos durante séculos e continuamos errantes.
Não é fácil ceder, ou ser cedido
Gostar e não ser percebido
Sentir e não ser conduzido
Beijar e não ser correspondido
Olhos injetados, raiva nas veias, instinto nalma.
A flor entre as mãos, sobre o tronco espremido, empresta um pouco de vida a um corpo que ali a nossa frente jaz, num súbito silêncio gemido.
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