Bailando incessantemente no meio fio
Foi quando minha dança sofreu um espasmo
Rodopiei e trancei meus pés
Enquanto olhos me contemplavam
A queda mostrou-se vertiginosa
Um vôo que não parecia ter fim
E a cada quadro que eu borrava
Sentia a vida fluindo em mim
Semblantes fitavam-me horrorizados
Outros, os ombros mostravam
Alguns fingiam interesse frio
Poucos escutavam os acordes escassos
A cada milésimo escorregadio
Entre meus dedos flutuava a parafina
Mas o chão, minha linha de chegada,
Parecia mais distante da minha finda sina
Minha fantasia desfazia-se
A cada simetria perdida
Esquecida do esmero que aprouve
Deixando de lado aquilo que não soube
Um estado perfeito atemporal
Onde o perder-me pareceu natural
Uma vírgula depois de uma longa frase
Meu sonho, esvaindo-se, num som gutural
Já não sou mais a menina
Nem a borboleta, nem a cantiga
E por mais que o figurino não mais sirva
A vermelha sapatilha ainda é a da bailarina
domingo, 27 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
E no manejo da palavra
O coração se agita, aflito
Balbucia elementos tantos
Que nas mãos se faz dito
Caçador que a presa espreita
Tal qual presunção que se faz eleita
Desfaz o mito do meu pranto
Trazendo desfecho para o conto que me ajeita
Cada dor, cada palavra, cada batida
Impressão instigante que surge altiva
Cada frio, cada sítio, cada rio
Desbota na pele como num arrepio
Os olhos se inundam de sentimento
Refazendo o laço com esmero e atrevimento
Em meu peito o bem querer se aninha
Alastrando-se rapidamente feito erva daninha
O coração se agita, aflito
Balbucia elementos tantos
Que nas mãos se faz dito
Caçador que a presa espreita
Tal qual presunção que se faz eleita
Desfaz o mito do meu pranto
Trazendo desfecho para o conto que me ajeita
Cada dor, cada palavra, cada batida
Impressão instigante que surge altiva
Cada frio, cada sítio, cada rio
Desbota na pele como num arrepio
Os olhos se inundam de sentimento
Refazendo o laço com esmero e atrevimento
Em meu peito o bem querer se aninha
Alastrando-se rapidamente feito erva daninha
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